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Macron não exclui possibilidade de europeus enviarem tropas à Ucrânica

  • Foto: Omer Messinger / EFE -

Tema foi discutido nesta segunda-feira por líderes da região

O presidente da França, Emmanuel Macron, admitiu, nessa segunda-feira (26), a possibilidade de países europeus enviarem tropas à Ucrânia, embora tenha advertido que não há consenso sobre essa medida. Países aliados concordaram em aumentar os esforços para entregar mais munições a Kiev.

Cerca de 20 líderes europeus se reuniram ontem em Paris para enviar mensagem ao presidente russo, Vladimir Putin, sobre a determinação da Europa em relação à Ucrânia e contrapor a narrativa do Kremlin de que a Rússia está fadada a vencer uma guerra que já entrou em seu terceiro ano.

"Não há consenso nesta fase para enviar tropas", disse Macron. "Nada deve ser excluído. Faremos tudo o que for necessário para que a Rússia não vença."

Uma autoridade da Casa Branca disse à Reuters que os Estados Unidos (EUA) não têm planos de enviar tropas para lutar na Ucrânia e que também não há planos de enviar tropas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Macron convidou líderes europeus ao Palácio do Eliseu para reunião organizada às pressas, a fim de discutir a ampliação do fornecimento de material bélico à Ucrânia. Assessores afirmam que houve, nas últimas semanas, uma escalada de agressões da Rússia.

Após sucesso inicial em conter o Exército russo, a Ucrânia sofreu revezes nos campos de batalha no Leste, com seus generais reclamando da escassez de armas e soldados.

O primeiro-ministro eslovaco Robert Fico, que tem sido contra a ajuda militar à Ucrânia, disse que vários integrantes da Otan e da União Europeia (UE) estavam considerando enviar soldados para a Ucrânia de forma bilateral.

"Posso confirmar que há países que estão preparados para enviar suas próprias tropas à Ucrânia. Há países que dizem nunca, entre os quais está a Eslováquia, e há países que dizem que essa proposta precisa ser considerada", afirmou antes de embarcar de volta à Eslováquia

O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, favorito para se tornar o próximo secretário-geral da Otan, disse que a questão do envio de tropas não foi o foco das conversas dessa segunda-feira.

Falando com os líderes por uma ligação de vídeo, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, apoiou o alerta de Macron sobre a escalada do conflito: "Precisamos garantir que Putin não consiga destruir nossos feitos e nem expandir sua agressão para outras nações".

"Muitas pessoas que dizem hoje 'nunca, nunca' foram as mesmas que disseram 'nunca tanques, nunca aviões, nunca mísseis de longo alcance, há dois anos", afirmou Macron.

"Tenhamos a humildade de observar que, muitas vezes, chegamos com seis a 12 meses de atraso. Esse foi o objetivo da discussão desta noite: tudo é possível se for útil para alcançar nosso objetivo", acrescentou o presidente francês. Para ele, a Europa não deve depender dos Estados Unidos para lutar na Ucrânia.


Mais munição

Houve progresso sobre a iniciativa liderada pela República Tcheca de comprar centenas de milhares de cartuchos de munição e projéteis de outros países, algo em que a França tem sido cautelosa, uma vez que quer dar prioridade ao desenvolvimento da própria indústria europeia.

O fornecimento de munição tornou-se questão crítica para Kiev. A UE não está conseguindo cumprir a meta de enviar 1 milhão de cartuchos de artilharia à Ucrânia até março.

O primeiro-ministro tcheco, Petr Fiala, informou que cerca de 15 países concordaram em aderir à sua iniciativa. Macron disse que Paris também o faria e que uma coalizão para acelerar a entrega de mísseis de longo alcance também havia sido acertada.

'Estamos falando de centenas de milhares de peças de, munição que deveríamos e poderíamos obter em tempo relativamente curto", disse Fiala aos repórteres.

Os ministros da Defesa foram incumbidos de apresentar um plano nos próximos dez dias, informou o primeiro-ministro de Portugal, António Costa.

Os Estados Unidos, cujo último pacote de auxílio militar à Ucrânia empacou no Congresso, foi representado pelo assistente do secretário de Estado para Assuntos Europeus e Eurasiáticos, Jim O'Brien.

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